Provérbios Provados noutras casas:

sábado, 20 de setembro de 2008

Provérbio citado (YOURCENAR)

«(…) A estalagem d’A Linda Pombinha, que Josse lhe indicara como servindo de ponto de concentração dos fugitivos, era um casebre situado junto às dunas, com um pombal onde haviam espetado uma vassoura, à guisa de distintivo, para dar a entender que aquela reles hospedaria era também um rústico bordel. Em semelhante lugar, era preciso cuidado com as bagagens e com o dinheiro que tinha em seu poder.
Por entre os lúpulos do jardinzinho, um cliente, já bem bebido, vomitava a sua cerveja. Uma mulher gritou qualquer coisa ao bêbado, através de um postigo do primeiro andar, e metendo, depois, para dentro a cabeça desgrenhada, foi sem dúvida dormir sozinha uma boa soneca. Josse passara-lhe a palavra de senha que já um amigo lhe havia transmitido. O filósofo entrou e saudou toda a gente. A sala comum estava enfumarada e negra como um subterrâneo. Acocorada em frente à lareira, a patroa fazia uma omeleta, ajudada por um rapazito que dava aos foles. Zenão sentou-se a uma mesa e disse, constrangido por ter, qual actor sobre um estrado de feira, de debitar uma frase feita:

- Quem quer o fim…
- … quer os meios
– completou a mulher, voltando-se. (…)»


In A Obra ao Negro - Marguerite Yourcenar

1 comentário:

Anónimo disse...

Não percebi...